O suposto conteúdo homofóbico e machista de dois hits sertanejos da dupla João Carreiro & Capataz fez com que a ONG Primavera, de Sertãozinho (333 km de São Paulo), pedisse o veto das músicas durante a 57ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos (423 km da capital), que começa amanhã.
Segundo a ONG, as referências contra os homossexuais estão nas letras das músicas "Cemo Porque Cemo" e "Bruto, Rústico e Sistemático".
Entre os trechos criticados, está "viado nóis vê de longe, nóis atira e não erra".
"Estamos preocupados porque, no interior, a música sertaneja é enraizada", disse Justo Favaretto, primeiro secretário da ONG e membro da Comissão da Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da OAB de Sertãozinho.
A assessoria de imprensa da associação Os Independentes, que organiza a festa, informou que encaminhou a denúncia feita pela ONG à produção da dupla, que se apresenta no dia 24.
Segundo Gustavo Bernardes, coordenador geral de Promoção dos Direitos de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), da SNDH (Secretaria Nacional dos Direitos Humanos), as músicas são "problemáticas" e incentivam a violência contra minorias.
Como um "ato preventivo", ele disse que a secretaria encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Federal.
Por telefone, o produtor da dupla Neto Brandão informou que não poderia se manifestar sobre o assunto.
A assessoria de imprensa também foi procurada pela Folha, mas até as 20h desta terça-feira (14) não houve resposta.
Leia trechos das músicas
"Cemo Porque Cemo"
"Buraco com cobra perto
Deus a livre, isola
[...]
Viado 'nóis vê' de longe
'nóis atira' e não erra"
"Bruto, Rústico e Sistemático"
"ver dois 'homem abraçado'
pra mim era confusão
Mulher com mulher beijando
Dois homens se acariciando
meu Deus que decepção
Mas nesse mundo moderno
não tem errado nem certo
achar ruim é preconceito
Mas não fujo à minha essência
pra mim isso é indecência"
E onde ficam as liberdades de pensamento e expressão diante da nossa Carta Magna (Constituição Federal de 1988)?
Mas temos que pensar até que ponto tais liberdades podem ser invocadas. Se olharmos para a questão do racismo – chamar alguém de “macaco” ou “preto” – poderemos na mesma linha de pensamento dizer que se pode falar o que está na alma. E por que existe a proibição constitucional de chamar alguém com ares pejorativos racistas?
A lei evolui conforme as consciências humanas. As leis humanas, então, dizem respeito à mentalidade de um povo frente aos agrupamentos e, consequentemente, aos vários segmentos comportamentais de cada grupo. Logo, as leis existem para controlar os ímpetos de um povo, direcionar a um bem comum, mas conforme a mentalidade cultural.
Os legisladores fazem leis conforme a vontade do povo – claro que num estado democrático de direito, e não estado ditador. Se há combate ao racismo é por vontade do povo ou suponha-se a totalidade dele. Assim, as leis proibitivas as formas racistas têm como primordialidade o suplantar das ideias e dos atos de pessoas que assim pensam e agem.
Por quê? Porque tolher já que nascemos livres pela lei natural, ou seja, sem grilhões no frente da mãe até o nascimento do bebê. Livre de conceitos culturais, o bebê expressasse livremente em atos com o tempo, o gatinhar, a expressar as primeiras palavras. Liberdade na forma de desconhecimento ou ensinos puramente racistas, sectaristas, dogmáticos. O ser livre em alma, pensamento e ações.
Dessa ideia conceptiva, a verdade de que os adultos são produtos de suas próprias famílias, da sociedade seja ela de simples bairro até uma megametrópole. Por conseguinte temos a concepção do ser moldado por fatores culturais que anima uma sociedade, os anseios voltados a um tipo de comportamento dito “adequado”, “verdadeiro”. Enquanto criança a liberdade expressa na socialidade plena, sem barreiras pré-conceptivas.
Da proibição a certa liberdade de atuar em nome de algo dito incontestável, por exemplo, o racismo, a lei pura, justa, racional, a tolher pessoas que em si distorcem a vida como ela é: sem preconceitos egolátricos. Se há morte natural, inconcebível pensar na morte concebida por pensamentos voltados a conceitos racistas (pelo simples fato de existir pessoa de cor diferente). É pensar que a lei do homem é mais sensata que a própria natureza, que é equilibrada, equânime.
Da forma de pensar, no caso do racismo quanto ao tipo de cor de pele, o que pensar do futuro onde moldado por pensamentos egoísticos se fará, então, distinções de ser ou não bom conforme a aptidão sexual, as artes, as religiões, o direito de vier ou morrer, as divisões possíveis em castas.
É mais do que momento racionalizar os conceitos em que o mundo vive não mais sectarismos, perseguições racistas, religiosas ou qualquer forma. É preciso, sim, o conceito do bem comum onde há saúde física e mental.








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