Por que da traição?

O ato de trair é antigo, mas já teve aspectos diversos. Nos primórdios da humanidade, sem as convenções atuais, a poligamia favorecia a perpetuação da espécie humana. O incesto era normal uma vez que os seres humanos viviam em tribos e cada uma distante da outra.

Quando nômades, os seres humanos também criaram regras de comportamento. A traição era considerada um fardo ao grupo uma vez que haveria mais uma boca para se alimentar e o sangue da tribo ficaria contaminado com outro sangue menos qualificado – já havia certa eugenia nos primórdios da humanidade.

O incesto foi proibido na Era Moderna quando se viu graças às descobertas genéticas que o incesto criaria possíveis proles deformadas.

Com os passar dos tempos à traição passou a ser mais questão de reputação, principalmente ao homem. O homem poderia trair a esposa (século XVIII e início do XIX) nos prostíbulos, mas a mulher que traísse poderia ser morta pelo marido em nome da honra dele. Com o progresso da mentalidade humana foi proibido ao homem de matar a mulher em nome da honra masculina.

Atualmente, o que é traição?

Quando duas pessoas se juntam têm em comum o desejo de viverem bem e partilharem momentos felizes. A traição passaria a ser uma falta de consideração à outra pessoa amada uma vez que esta deu toda a confiança, cedeu, compartilhou e suportou trejeitos do outro cônjuge. A pessoa traída tem em seus pensamentos ideias de baixa estima uma vez que “se o cônjuge me traiu é porque faltou algo em mim”. Em outros casos há de pensar que “é safado (a) e não sabe o que é viver um grande amor”.

A traição passa ter conotação de diminuição do gostar, ou seja, traição é possibilidade de envolvimento com outra pessoa, que envolve sentimentos. Seja qual for o tipo de relacionamento sempre existe envolvimento emocional, pois não há como separar sexo de sentimentos. Quem consegue separar o ato sexual dos sentimentos se concentra para tal ou tem em si dificuldades em se relacionar.

As mulheres Têm o costume de vigiar seus homens uma vez que os consideram poligâmicos. Pode ser que o medo de traição seja o de não mais valorizar a primeira mulher. O ser humano é instável e em muitos casos deixa de amar uma pessoa quando não consegue enxergar mais beleza, satisfação e prazer na outra pessoa. Contudo muitos relacionamentos atuais terminam nos primeiros três anos devido às intolerâncias pessoais.

A traição atual tem aspecto de “esfriar a cabeça”. O (a) amante passa a ser uma válvula de escape para os conflitos emocionais do (a) traidor (a) cônjuge. O cônjuge que trai na maioria das vezes não sabe dar com as próprias emoções egoístas em muitos casos. As brigas de casais na maioria das vezes se devem as questões impensadas ou intempestivas (não se pensa antes de falar). Outro fator é a falta de diálogo entre os casais. Por medo de magoar ou parecer infantil os parceiros se calam, mas guardam descontentamentos para não magoar o outro – e acabam em certo momento expurgando todo o acumulo de descontentamento em um só momento.

Diálogo discernimento, veracidade (sem magoar, mas para construir um lar feliz): meios de evitar uma possível traição. A não ser que o casal aceita a traição como se faz no swing. Mas mesmo assim se rolar um sentimento diferente os parceiros passarão a reclamar o porquê da traição. Quem entenderá o ser humano?